Web Livro:Mundo Sombrio

Capitulo 1 – Quando tudo mudou

 “Foi encontrado mais um corpo, vítima de assassinato, mais informações dadas pela polícia, nos permitem revelar que ele foi encontrado com a garganta cortada, e também teve o seu sangue drenado. É o quinto corpo encontrado desde o começo do ano... é com vocês ai no estúdio.”
-Nossa qual será o mistério por trás desses assassinatos?
-Não sei filha, no mínimo deve ser mais um psicopata que nem da ultima vez em que crimes assim começaram a acontecer na cidade... Tome cuidado quando for pra escola amanhã, não quer acabar morta no primeiro dia de aula – Falou a mãe em um tom nada protetor.
-Valeu mãe, pela sua preocupação - A ironia estava mais que presente em sua voz- Mas acho que já vou me deitar.
    Alice subiu as escadas e entrou no quarto, desde que as férias começaram, lembrara, passava a maior parte do tempo lá, talvez pela ausência de amigos, ou por ela mesma não conseguir se aproximar de outras pessoas sem assusta-las com seus assuntos incompreensíveis, ou simplesmente por não gostar muito das pessoas, preferia seus livros, suas músicas, seus animes, e seus jogos online. Não podia conversar com eles, expor seus problemas, segredos, ou frustrações, ela sabia, mas era bem mais interessante que o mundo real.
    Quando entrou no quarto com paredes pintadas de preto, cheias de pôsteres de seus animes e bandas preferidas, percebeu que estava uma zona. A guitarra vermelha logo acima da cama desfeita, e várias roupas espalhadas em cima da mesma, e também pelo chão. Percebeu que havia semanas desde a ultima vez em que arrumara o quarto, mesmo assim, ziguezagueando entre as roupas e as demais coisas espalhadas pelo quarto, foi até o computador e começou a jogar Forsaken.
   Já eram mais de três da manhã quando decidiu parar, afinal, teria apenas duas ou três horas de sono, até que acordasse para ir ao colégio. Apenas colocou a guitarra no chão e afastou as roupas em cima da cama para que pudesse se deitar. Agora, estava olhando para o teto com a pintura da galáxia que ela mesma havia feito, apenas com dezesseis anos (sua idade atual), já era muito boa quando o assunto era desenhar. E assim ficou, até que seus olhos âmbar se fechassem, e enfim pegasse no sono.
     Foi acordada pelo despertador azul bebê que ficava na cabeceira da cama, o relógio marcava seis e meia da manhã. Colocou uma calça jeans surrada, uma camiseta preta e um casaco. Penteou os cabelos curtos e excessivamente pretos e cacheados. E então percebeu que não havia tirado os óculos na hora em que foi dormir, mas felizmente não haviam sofrido nenhum dano.  Colocou os cadernos e livros apressadamente na mochila e desceu para o café da manhã, bem a tempo de ser avisada pela mãe, que não poderia ir pra escola apenas com as pantufas de panda, então subiu novamente e pôs seus tênis.
- E então Alice, preparada para o primeiro dia de aula? – Perguntou a mãe.
- Bom, se você quer dizer, preparada para as mesmas aulas chatas de sempre, mais com as melhores notas no final do bimestre, preparada para as mesmas zoações e brincadeiras sem graça, ou para o fato de ninguém na escola saber ou não se de fato eu existo. Sim, nunca estive tão preparada.
- Então tudo bem, se você quer encarar o colégio desse jeito... Mais tome cuidado em como você trata as pessoas, alguém ainda vai se magoar com o que você fala, ou, sei lá, seu jeito de ser.
- OK mãe, muito obrigada pelo conselho, mais eu acho que já vou indo, já são sete e quinze, e demora cerca de cinco minutos pra chegar lá á pé.
- Tchau filha!
    Alice abriu a porta de vidro e saiu, não demoraria muito para que chegasse á escola, fazia esse trajeto todos os dias antes das férias, mais infelizmente, percebeu que não chegaria ao seu destino. Uma coisa saiu das sombras, e capturou-a. Depois disso, tudo o que se lembrava , era de ter acordado com uma forte dor na nuca, e não saber exatamente onde estava. O lugar era escuro, sem nenhum tipo de iluminação, ou brecha para que o sol entrasse, não havia janelas ou portas, dai veio à pergunta á sua mente: como teria sido levada até ali se não existia qualquer saída ou entrada? Não queria se preocupar com isso, afinal, havia coisas muito maiores com quais se preocupar, como iria sair dali? Como iria contatar a mãe ou a polícia para informar o que estava acontecendo? Poderia estar correndo risco de vida. Foi então que lembrou, o celular estava dentro da mochila, mais foi em vão, pois percebeu que a mochila não estava mais em suas costas e nem em nenhum lugar em que pudesse vê-la.
    Foi esse o momento em que criaturas assombrosas adentraram o lugar, e a menina estremeceu. Suas peles eram pálidas, e seus olhos vermelhos, possuíam o corpo como o de um humano normal, mais de suas costas saíam asas negras e pontudas. Apenas quando abriram a boca com lábios vermelhos, Alice pôde ver presas afiadas, e então seu vasto conhecimento mitológico alertou-a do que se tratavam as criaturas.
Vampiros. 












Capitulo 2 – Andando de Pégaso.
   Não havia tempo para correr, não havia sequer para onde correr, um dos vampiros se aproximava. Tal como os outros, tinha a pele muito pálida, olhos vermelhos, e asas negras saindo de suas costas, mas essas tinham sangue em suas extremidades. O vampiro tinha cabelos brancos, mais parecia não ser muito mais velho que ela, disso não sabia ao certo, pois tinha plena consciência de que ele poderia ter quinhentos, talvez mil anos, mais com a mesma aparência de quando fora transformado. “então todos aqueles livros sobre vampiros valeram apena-pensou”. Mais não havia tempo para piadinhas, tinha que agir, e rápido, ou este seria o seu fim.
   O vampiro estava quase a abocanhando, quando outras cinco criaturas surgiram através da parede. Essas criaturas eram diferentes dos vampiros que estavam na sala, elfos, deduziu Alice, percebendo que as criaturas possuíam orelhas grandes e pontudas. O primeiro tinha cabelos azuis e olhos negros como a noite, mais, percebeu Alice, os olhos não apenas desse, mais de todos os outros eram inteiramente apenas de uma cor, sem parte branca ou pupila. Os outros dois eram exatamente iguais, cabelos verde-limão, e olhos verdes. A do meio, era uma mulher, possuía cabelos negros presos em duas trança, e olhos verde amendoados, era alta e bela. O ultimo foi o que mais a intrigou, não podia ver seu rosto, pois estava encoberto pelo capuz do casaco preto de couro, mas podia ver que fios negros e brilhantes caiam do capuz, ele segurava um arco e flecha, que estava apontando para o vampiro de cabelos brancos, apenas quando chegou mais perto e ergueu a cabeça, Alice pôde ver seus olhos dourados que brilhavam como fogo ao encarar o vampiro.
-Chega Phantom-Falou o elfo- Parem de matar humanos inocentes que nós os deixamos em paz.
-Ora ora Gollvaethor, mais uma vez protegendo esses humanos inúteis que sequer sabem que você existe, mais logo logo isso irá mudar, todos contemplarão o mundo como ele realmente é!
-Não pode fazer isso, vai contra todas as nossas leis- Falou a mulher elfa.
-Naeret, tão linda como sempre- foi caminhando até estar a um palmo de distância da elfa- Mas, uma pena, tão contaminada com todas essas regras que nos impedem de governar o mundo pertencente a nós por direito, mas que foi usurpado por uma raça menor como a dos humanos tão facilmente.
-Entregue a garota, Phantom- Disse Gollvaethor- Nos responsabilizamos por ela.
   Alice assistia a tudo em silêncio, secretamente horrorizada com tudo aquilo, mas, sabia, não poderia dizer uma só palavra, pois ela estava a leilão, e não sabia quem seria a arremata-la, os elfos, ou os vampiros.
-Tudo bem, mas só dessa vez- Falou Phantom- Faz semanas desde a ultima vez que nos alimentamos, mas daremos um jeito, sangue animal, sei lá... Mais nos prometa que jamais invadirá nosso covil assim! Aliás, meus parabéns por terem conseguido abrir um portal que chegasse até aqui, até eu falho às vezes quando vou fazê-lo.
- Que seja - Falou o garoto de cabelos azuis.
- Venha humana- Falou Gollvaethor, se dirigindo a Alice.
- Não vou a lugar nenhum, quero ir pra casa!- Protestou.
- Não pode mais ir pra casa, ou ter qualquer contato com o mundo humano, agora que já descobriu o mundo sombrio, não podemos deixa-la escapar.
- Gollvaethor não é? – O garoto elfo assentiu- Então, não sei que tipo de convenção de World of Warcraft é essa, mais eu tenho que ir pra casa agora mesmo!
- Se insiste em nos desafiar, human...
- Pra começar, eu tenho um nome ok? Meu nome é Alice, e não “humana”.
- Que seja, teremos que leva-la a força se insiste em nos desafiar- Falou Gollvaethor.
- Tente!- Desafiou a menina.
   Então, o elfo colocou o arco e flecha nas costas e seguiu na direção de Alice, pegando-a no colo com um ar triunfante que fez as bochechas da menina ficarem rubras. Sem mais protestos, a menina observava enquanto Gollvaethor e os outros se dirigiam á parede, e quase gritou quando percebeu que estavam prestes a colidir com ela, mais ao invés disso, atravessaram-na, e não para o outro lado, mas para um lugar que Alice desconhecia, e muito menos compreendia.
-Onde estamos?- Perguntou, para ninguém em específico.
-Bem vinda ao mundo sombrio, Venore, território dos Elfos- Explicou Naeret, a garota Elfa.
  O lugar era simplesmente algo além da compreensão da garota, vales se estendiam por todo o local. No céu, além de apenas um sol, havia quatro, e várias ilhas flutuavam pelo céu, uma mistura de cores, tal como a pintura que havia feito no teto do quarto, lembrou, e junto com as lembranças vieram o desespero de lembrar que jamais poderia ver a mãe outra vez. Foi então que lembrou que já havia um bom tempo que estava sendo levada por Gollvaethor, e demasiadamente envergonhada por isso, saltou dos braços do garoto elfo, e caiu desajeitadamente sobre a grama verde e vibrante que os cercava. Já de pé, percebeu que todos haviam parados para ver oque tinha acontecido, Gollvaethor foi o primeiro a se manifestar.
- Bom, já que vamos passar um bom tempo juntos enquanto é resolvido o seu caso, vamos nos apresentar!
- Hm, tudo bem- Falou a menina, com um pouco de receio- Sou Alice, dezesseis anos, planeta terra, território dos humanos.
- Eu sou Gollvaethor, essa é Naeret, minha irmã mais velha. Esses são os gêmeos Meliorn, e Octavius, e esse é Kaléc- Falou apontando para o garoto de cabelos azuis- Todos têm dezessete anos, exceto Naeret, ela tem dezenove.
- Unicórnios existem?
- Claro que existem- Falou Kaléc com divertimento na voz- Aliás, já convocamos os nossos através de mensagens de fogo para que pudessem nos levar á cidade.
-Não sei vocês, mais eu vou de Pégaso-Retrucou Gollvaethor- Acho que você pode ir comigo humana- Alice o olhou com repreensão- Ops... Desculpe-me, Alice.
-Isso está ficando muito confuso! Unicórnios, Pégaso... Agora só falta vocês me dizerem que existem fadas!
-Bem... - Falou Octavius-Fadas não existem mesmo, existem ninfas da floresta, mais às vezes pode não ser muito agradável andar ou caçar por suas terras, elas podem tirar seus olhos e comer como se fossem uvas!
-Octavius!- Exclamou Naeret, a garota elfa- Não assuste a menina com suas historinhas, vamos, nosso transporte até a cidade se aproxima.
    A menina olhou maravilhada enquanto cinco criaturas aladas se aproximavam. Apenas uma continha asas enormes como as de um anjo, e descia graciosamente pelo ar, as outras quatro tinham um chifre prateado no meio da testa e sua crista era colorida como um arco-íris. Pela falta de asas, Alice notou que os quatro unicórnios meio que flutuavam pelo ar, era como se um dos seus sonhos de infância estivesse se realizando. Quando seus cascos alcançaram o chão, foi como barulho de vidro tilintar, e ao mesmo tempo de uma suavidade desagradável. Gollvaethor puxou-a pra perto de si, e quando ela percebeu o garoto elfo já a segurava pela cintura, pronto para coloca-la em cima do grande Pégaso.
-Sério que vou ter que andar nessa... Nessa coisa?- Falou Alice- Não existe táxi por aqui não?
-Se quiser ir a pé não me manifestarei pra para-la - Falou o garoto, ainda com Alice suspensa no ar- Mais devo avisa-la de que são cerca de uns vinte quilômetros de onde estamos até a cidade.
   A menina não falou nada, e o garoto elfo considerou isso como uma rendição, colocando-a na cela do animal, que relinchou ao perceber sua presença. Gollvaethor ficou logo á sua frente, comandando o animal. E com cada um em seus respectivos animais mágicos, partiram.




















           




Capitulo 3- História de uma rainha.
-E então, gostou?- Perguntou Gollvaethor.
-Bom, não como se eu já tivesse andado de Pégaso antes-Falou Alice com as mãos na cintura do garoto elfo para se equilibrar, enquanto o animal pairava pelo ar- Mas, cara, isso é muito legal!
- Você ainda não viu nada- E tocou nas asas do Pégaso- Vamos lá Tritanus, mostre oque você sabe fazer!
   E então foi como se todo o ar em seus pulmões se esvaísse, ela segurou firme em Gollvaethor quando o animal acelerou em direção á imensidão azul com nuvens que pareciam de algodão doce. E eram.
-Vamos, prove um pouco dessa- Falou próximo a uma nuvem com cor de morangos maduros- Mas não se assuste, algumas delas podem ter, digamos... Efeitos colaterais.
   Ela assentiu, e pegou um pedaço da nuvem com cuidado. Sempre acreditara nisso quando criança, mais nunca pensou que pudesse ser ela a comer uma nuvem de algodão doce. E tinha gosto de morango, depois que terminou, sentiu algo em si mudar.
-Experimente falar um pouco- Desafiou.
-Oque? – Agora sua voz estava mais aguda do que o normal – Que legal! Mais isso não é permanente, é?
-Não se preocupe, passa daqui a alguns instantes. Mais agora é sério, temos que ir.
-Ok!
     E desceram como um cometa em direção a terra, e quando viu, estava cavalgando por uma cidadezinha que parecia ter sido tirada de um filme de época. As construções eram todas de pedra, e havia um símbolo esculpido na porta de todas as casas. No meio da cidade havia uma fonte com a escultura de um Pégaso no meio, e um pouco ao longe, um castelo com várias torres, e em cada torre uma bandeira, com o mesmo símbolo que viu esculpido nas portas, pensou ela.
-Bem-vinda á cidade de Venore- Falou Naeret que cavalgava logo ao lado.
-Uau! – Falou a menina – Eu sempre quis viver em séculos passados, mas nunca pensei que ainda existissem cidades como essa.
-E você ainda não viu nada! – Exclamou Gollvaethor – Eu adoraria mostrar a cidade pra você, mas temos que leva-la até a rainha.
-Para que ela decida oque fazer com você – Completou Kaléc.
-Decida o que fazer? – Falou Alice com indignação – Eu já decidi, por mais que eu adore passear de Pégaso e comer nuvens de algodão doce que mudam a voz – Falou como se fizesse isso todos os dias – Eu quero ir pra casa. E há esta hora minha mãe deve estar pirando porque eu não voltei pra casa.
-Não se preocupe com a sua mãe – Falou Kaléc – Ela deve não perceber por um tempo, afinal, o tempo no mundo sombrio não passa como no mundo dos humanos.
   E não se falou mais nada até chegarem ao palácio. Assim como as outras construções da cidade, o palácio era feito de pedra, mas estas eram encobertas por esmeraldas. As torres se entrelaçavam umas nas outras tornando o brilho ainda mais intenso. As portas passavam dos sete metros de altura e eram de ouro puro, elas continham o mesmo símbolo das bandeiras entalhado.
- O que esse símbolo significa? – Quis saber.
- É a marca dos elfos – Falou Naeret, com olhar distante – Todos recebemos essa marca quando nascemos. Dizem que trás força e proteção, mas não acho que seja verdade, afinal, é só um mito.
 - Bom, antes eu pensava que vocês eram só um mito, e agora, vejam só!- Exclamou a menina.
     Naeret não disse nada, e Gollvaethor fez um sinal para que entrassem, pois a rainha estava esperando por eles. O interior do castelo era tão surpreendente quando o exterior, e depois de passarem por várias salas cheias de criaturas como as que ela havia acabado de conhecer, adentraram ao lugar em que estava a rainha. Uma bela mulher elfa com cabelos louro-dourados envoltos por uma coroa dourada com brilhantes, seus olhos eram azuis como o céu. Vestia um longo vestido verde com o que pareciam ser folhas e flores por todo ele. Pediu para que se aproximassem e contassem o que estava acontecendo, Kaléc foi o primeiro a se manifestar.
-Bela rainha Meliamne – Começou – Resgatamos essa humana que estava sendo atacada por vampiros.
- Vampiros? – Interrompeu a rainha.
- Phantom pra ser mais exato – Disse ele – Como vossa majestade já sabe, Phantom e seu clã vêm matando cada vez mais humanos, e parece que ele tem plano maior do que apenas se alimentar. Por sorte conseguimos resgata-la – Falou apontando para Alice – E queremos saber o que fazer com ela já que segundo as nossas leis ela não pode retornar ao mundo dos humanos.
- Pois bem – Começou a rainha – A menina deverá ficar por um tempo até que eu decida oque fazer com ela, essa decisão não cabe a ser tomada hoje, pois haverá a festa de aniversário da  minha fênix.
- Respeitamos a sua decisão, mais onde ela deverá ficar?
- Temos quartos sobrando no castelo – Falou a rainha – Acho que ela pode ficar aqui.
- Ela virá á festa? – Perguntou Gollvaethor.
- Bem, eu acho que ninguém tem o direito de perder uma boa festa, além do mais, ela é nossa convidada enquanto estiver aqui, e não nossa prisioneira. Providenciarei um belo vestido de festa pra você ok? Não pode ir a uma festa com essas roupas – Falou a rainha dirigindo-se a Alice.
- Mas eu não uso vesti...
- Na Na Na Na Não, eu insisto, ainda mais nesse seu corpinho, se eu tivesse sua idade...- Falou a rainha, que na percepção de Alice parecia não ter mais que 35 anos – Yellenia! – Falou dirigindo-se para uma mulher elfa que estava por perto – Providencie um vestido para essa menina.
- Sim senhora, vossa majestade – Falou a mulher elfa, e saiu apressadamente.
- Esses meus empregados... – Sussurrou a rainha – Alice, você precisa de um trato se quiser arrasar na festa! Cabelo, unhas, maquiagem e tudo mais! – Falou, apalpando a garota.
- Mais eu não quero arras...
- Vamos! – Interrompeu a rainha novamente, enquanto arrastava a garota castelo adentro – Pode demorar um pouco até que tudo fique pronto.
     Gollvaethor segurou-a na mão em que a rainha não estava segurando, e antes que a rainha a levasse de vez sussurrou:
- Não se preocupe, ela é assim em dias de festa – Falou o elfo – Vou estar te esperando perto da fonte ok?
    Ela assentiu, e então a rainha arrastou-a castelo adentro. Fez cabelo, unhas, maquiagem, e quando viu, um lindo vestido a esperava no quarto de hóspedes. Um vestido azul celeste que contrastava com seus cabelos negros, que por sua vez, estavam trançados com fios de ouro que se entrelaçavam por todo ele. Estava linda, tinha que admitir.
- Vamos jovem dama, a rainha está a sua espera no salão do castelo – Falou Yellenia, assustando a menina, que não havia percebido que ela estava no quarto.
- A minha espera? Por quê? Pensei que ela já estivesse na festa.
- Entendo – Falou Yellenia – é que a rainha deseja acompanha-la até a festa, ela gosta muito de humanos, ao contrário da maioria de nós – Ao ver Alice olhando para ela tentou corrigir-se – Sem querer ofender a jovem dama.
- Mas porque ela gosta tanto assim de humanos? – Alice quis saber.
- É uma história antiga, que apenas poucos tiveram acesso, não posso revelar a alguém como você, ou a minha cabeça estaria na guilhotina. – Falou Yellenia.
- Ora, por favor, eu guardo segredos muito bem. E além do mais eu não conheço ninguém aqui, a quem eu contaria?
- Tudo bem, mas apenas porque eu sinto que você é alguém confiável – Falou a elfa – Desde que o pai da rainha Meliamne, o rei Itilus, governava os territórios de Venore, e ela ainda era uma princesinha indefesa, eu era a sua criada, e isso fez com que eu ganhasse a confiança entre toda a família, e principalmente a amizade da rainha Meliamne. Então, quando tudo aconteceu, eu e os pais da rainha, fomos os únicos, a saber, da seguinte história:
“Ela era jovem, prestes há completar dezoito anos, a idade oficial para que ocorresse a coroação e enfim a princesa se tornasse rainha. Ela já estava aprendendo as magias mais avançadas para que se tornasse rainha, então, aprendeu a magia mais perigosa de todas, a que nos permite ir para o mundo humano. Uma noite, ela estava passeando pelos arredores do castelo, e a curiosidade falou mais alto, então, ela resolveu testar a magia. Quando chegou ao mundo humano, se encantou com tudo que viu e...”
- Espere um minuto – Falou Alice – se ela foi ao meu mundo, então como as pessoas não se assustaram ao ver... Sei lá, orelhas grandes, olhos de uma cor só?
- Existe um feitiço de disfarce - Falou Yellenia – Agora me deixe contar a história!
- Tudo bem – Falou a menina, assustada com a irritação de Yellenia.
“Como eu ia dizendo, ela se encantou com tudo que viu, ela gostou tanto de viver como uma humana, que acabou passando um tempo por lá. Ela não nos contou como, nem onde, mas durante o tempo em que ficou entre os humanos, ela conheceu um humano, e apaixonou-se por ele. Os dois estavam muito apaixonados, até que chegou o dia em que Meliamne não aguentou mais esconder sua verdadeira aparência e se viu obrigada a contar ao seu amado oque realmente era. Ela preparou tudo, uma noite especial, ou talvez a sua ultima ao lado de quem amava. Ele ficou muito assustado ao ver sua forma original, e disse que não haveria mais como eles continuarem, ela pediu para que eles passassem uma ultima noite juntos, e ele concordou, contanto que ela mantivesse sua forma humana. Quando retornou ao mundo sombrio, teve que dar explicações aos seus pais sobre o tempo que passou fora, mas depois disso, tudo ficou calmo por alguns meses. Até ela descobrir que estava grávida. Ela tinha plena certeza de quem era o pai da criança , quando os pais dela descobriram, ordenaram que trouxessem o humano que desonrou a futura rainha de Venore e...”
- Então, depois dela ter quase implorado pra ficar com ele aquela noite, ela fica grávida, e o coitado é quem leva a culpa? – Falou Alice parecendo indignada.
- Prosseguindo...
“Então eles fizeram um trato, a rainha ficaria escondida, longe dos olhos de todos até que a criança nascesse então seria levada ao mundo humano junto com o pai, que concordou em cuidar da criança. Não sabiam ao certo como seria a prole de uma elfa e um humano, o que restava era apenas esperar. Por sorte, a criança nasceu completamente humana, sem nenhum traço elfo, a não ser os olhos que não tinham parte branca ou pupila, mas isso era mais fácil de disfarçar com um feitiço. Durante anos a rainha continuou vendo sua linda filha em segredo, e conforme ela crescia seus olhos se tornavam mais humanos, mas então o pior aconteceu: o pai da menina morreu em um acidente de carro e ela foi parar em um orfanato, desde então não se sabe mais nada sobre oque aconteceu com ela.”
- Que história! – Suspirou Alice – Eu sinto muito dó dessa menina, pois ela é igual a mim, saber que nunca mais vai ver seus pais verdadeiros é algo que me deixa triste - Falou a menina com olhar distante.
- Mas você não disse que tinha uma mãe? – Perguntou Yellenia.
- E tenho, mas não é minha mãe verdadeira, na verdade nós quase não conversamos, ou agimos como mãe e filha- Falou Alice, e sentiu as lágrimas se juntarem em seus olhos – Na verdade eu perdi meu pai quando eu tinha três anos, e logo fui adotada. Eu bem que queria, mas não me lembro de nada antes disso. Só me lembro de que tinha um pai porque minha mãe adotiva me contou sobre ele.
- Entendo... - Falou Yellenia, tentando soar o mais amigável possível – Mas agora temos que ir para a festa, a rainha já deve estar impaciente.
- Tudo bem – Falou a menina, enxugando as lágrimas do rosto.
- Jovem dama – Sussurrou Yellenia – Não conte nada sobre eu ter contado isso há você para a rainha, tudo bem?
- Tudo bem Yellenia, agora vamos.





  












                               Capitulo 4 – A festa.
  Chegando há praça juntamente com a rainha Meliamne, Alice notou que já havia uma significativa aglomeração de pessoas, na verdade de elfos de todos os tipos. E então se lembrou de que Gollvaethor dissera que estaria na fonte esperando por ela.
- Rainha Meliamne! Posso pedir uma coisa?
- Sim Alice, pode falar.
- É que preciso me encontrar com uma pessoa – Falou a menina – Então, se você não se incomodar...
- Claro que não me incomodo querida, pode ir! – Falou a rainha – E mais uma coisa, Relacionamentos entre elfos e humanos são proibidos...
- Mas eu não... – Interrompeu a garota – Eu não tenho a intenção de...
- Fique tranquila Alice – Interrompeu-a a rainha – Eu também não concordo com essas regras bobas, é só não deixar ninguém saber!
- Rainha Meliamne, eu não... – E desistiu de tentar explicar – Tudo bem.
- Tchau garota! Divirta-se!
-Pode deixar – Disse ela, e saiu, dirigindo-se a fonte.
   Chegando à fonte, viu que não havia ninguém lá, então decidiu que iria esperar, pois havia chegado razoavelmente cedo, e a festa ainda nem havia começado. Esperou e esperou, até que viu uma figura masculina com orelhas pontudas se aproximando, perto o bastante para que percebesse que não era Gollvaethor, e sim Kaléc, que estava com um cachecol azul que parecia fazer parte do seu cabelo. Ele, pensou Alice, não fazia a mínima ideia do significado de moda.
- Oi Alice! – Cumprimentou-a Kaléc – O que faz aqui?
- Estou esperando Gollvaethor – Disse ela – Ele disse que me esperaria aqui, mas até agora não chegou.
- Elfos escuros... – Sussurrou baixinho, meio que para si mesmo.
- Oque? Elfos escuros?
- Tudo bem - Falou Kaléc – Sinto que você é confiável, acho que devo contar-lhe a verdade.
- Ha ha ! Acho que sou mesmo – Falou Alice - Você é a segunda pessoa que me diz isso hoje. Pode falar se quiser.
- Tudo bem, mas acho melhor você sentar, pois a história é longa!
“Gollvaethor nem sempre foi um de nós, ele pertencia a uma raça inferior e totalmente sombria, os elfos escuros. E ele e sua irmã Naeret, nasceram um pouco diferentes do resto da raça. Como todos nós elfos aprendemos desde pequenos, os elfos escuros tem a pele escura e seus cabelos são brancos, e como você já pôde perceber Naeret e Gollvaethor tem a pele totalmente pálida, e seus cabelos são escuros. A chance disso acontecer entre elfos escuros (segundo o meu livro de ciência élfica) é de dois em mil anos. Essa diferença lhes trouxe muitos problemas, um deles era a humilhação e repressão constante que sofriam por parte das outras pessoas do clã. Não muito tempo depois, sua mãe, a única pessoa que eles ainda amavam, veio a falecer, e quando Naeret tinha doze anos e Gollvaethor dez, eles não concordavam com os princípios e as maldades feitas pelos elfos escuros, isso e mais outros motivos, foi o que os levou a sair de casa e vir parar aqui. A principio ficamos meio acanhados em recebê-los, pois pertenciam a outra raça élfica, mas depois de saber sobre sua história aceitamos a sua estadia. Conforme foi crescendo, Gollvaethor se destacou mais que qualquer um no arco e flecha, e Naeret sabe manusear perfeitamente uma harpa mágica ou conjurar feitiços. Mas não acho que eu deva confiar neles. “
- Mas por quê? Eles parecem ser boas pessoas – Falou Alice – E como você mesmo falou, nenhum dos dois concordava com os princípios dos elfos escuros.
- Mas quem já foi um deles, nunca deixa de ser o que é. – Falou o elfo – Em minha opinião você deveria se afastar dele, vai acabar te trazendo problemas.
- Prefiro me arriscar – Disse ela – Aliás, porque será que ele está demorando tanto?
  Gollvaethor já estava se aproximando do local, mas só era visível do ponto de vista de Kaléc, que mantinha os olhos fixos nele, Alice se virou para ver o que tanto tirava a atenção do garoto, o que não foi possível, pois Kaléc segurou-a pelo braço, forçando-a a olhar pra ele, nesse instante, ele se inclinou para ela e beijou-a. Os lábios dele abriam e fechavam os dela, em um movimento uniforme e suave, mas ao mesmo tempo desagradável, era como se alguma coisa estivesse sendo tirada dela. Não era o que queria, não era quem queria, não para o seu primeiro beijo. Então o empurrou, afastando-se dele, a primeira coisa em que pensou foi em Gollvaethor, como ele deveria estar se sentindo, tudo bem, se conheciam há apenas um dia, pensou, mas não era justo marcar um encontro com uma pessoa, e chegar e perceber que ela está beijando outro cara. E ela simplesmente não ia deixar barato para Kaléc.
- Porque você fez isso? – Perguntou a menina.
- Há há ! Então você não gostou?
- Não é isso seu idiota! – Disse ela – Você só fez isso porque o Gollvaethor estava vendo.
- Tirou as palavras da minha boca – Falou Kaléc – Quem liga para aquele elfo escuro?
- Tudo o que você tem é inveja dele, das muitas coisas e habilidades que ele conquistou, mesmo sendo oque é. – E bateu com tudo no rosto de Kaléc, deixando marcas vermelhas de dedos finos.
- Alice, eu não sabia que você...
   Mas não teve chance de terminar a frase, pois Alice havia corrido para procurar Gollvaethor. Aparentemente a festa já havia começado, pois já era possível avistar mulheres com vestidos feitos de flores e outros com esmeraldas, e homens com seus elegantes trajes de gala, e lembrou-se do quanto era difícil correr com saltos tão altos. Felizmente encontrou Gollvaethor em um ponto um pouco isolado, sentado em baixo de uma árvore com galhos inclinados para frente, e folhas que formavam uma espécie de cortina verde.
- Oi – Era a única coisa que podia falar.
- Oi – Respondeu ele, e indicou um lugar em meio á grama para que se sentasse, e ela o fez.
  E ficaram em silêncio por longos e intermináveis minutos, até que Alice resolveu fazer uma pergunta que estava presa na garganta.
- É verdade? – Sibilou – que... Você...
- Que eu oque?
- É verdade que você é um elfo escuro? – Deixou escapar.
- Sim, quem falou isso á você?
- Kaléc, ele disse que você e Naeret eram um pouco diferentes do resto deles.
- E somos, desde pequenos nunca concordamos com os métodos deles – Disse ele – Então, nossa mãe, que também não concordava, foi taxada de traidora, e enviada á uma missão suicida, aonde veio a falecer. Depois disso nós passamos a morar com um tio, apanhávamos todos os dias, sem exceção, foi quando decidimos fugir, e viemos parar aqui.
- Mas eu não entendo – Falou Alice – Por que Kaléc tem tanta raiva de você?
- Isso você vai ter que perguntar para ele, por que sinceramente eu não sei.
- E... Porque você correu quando nos viu na praça?
- Acho que não seria certo dizer “Você sabia que eu gostava de você” em uma situação em que os sujeitos se conhecem a menos de vinte e quatro horas – Disse ele, e suas bochechas enrubesceram – Mas, acho que gosto mesmo de você, é bem corajosa, para uma humana.
- Você acha? –Disse ela – Quero dizer... Que bom que você acha!
- Há Há! Você é meio confusa às vezes, gosto disso.
- Acho que – Ela já estava começando a se sentir desconfortável com aquele clima – Deveríamos voltar para a festa.
- Boa ideia, cantar parabéns pra uma fênix – Disse ele com um tom de ironia – Parece ser muito divertido, não acha?
- Tudo bem, podemos ficar aqui. Só mais um pouco – Alertou.
- Então, oque você gosta de fazer no tempo livre? – Virou-se para encarar a garota.
- Espera, isso é um encontro? – Perguntou ela. Já estava ficando toda vermelha.
- Acho que sim – Falou o elfo – Deve estar sendo incrível para você, a idéia de estar saindo com um elfo, principalmente um tão atraente quanto eu – E sorriu.
- Por favor, não se gabe tanto.
- Foi mal – Deu de ombros.
- E, respondendo a sua pergunta – Falou Alice – Eu quase sempre jogo vídeo game ou fico assistindo animes ou doramas até tarde.
- Não faço ideia do que signifique isso – Ele parecia realmente confuso – Quando eu não tenho nada para fazer, geralmente eu treino arco e flecha. Sabia que eu já consegui o título de melhor arqueiro do reino inteiro?
- Acho arco e flecha legal – E uma ideia veio á sua mente – Ei! Será que você poderia me ensinar?
- Claro! – Ele parecia bastante animado com a ideia – Podemos começar amanhã quando o sol nascer. Tem um lugar que só eu sei onde fica, e é perfeito pra treinar. Oque você acha?
- Pode ser – Disse ela – Agora... Vamos para a festa? Por favor, eu quero muito ver uma fênix!
- Tudo bem, se você insiste.
   Levantaram-se, e foram para o local onde a festa estava sendo realizada. Agora, notou Alice, havia muito mais pessoas, todas com suas orelhinhas pontudas, e seus olhos diferentes. Pela primeira vez naquele lugar, sentiu-se como se estivesse em casa, e certamente achava aquele mundo muito mais interessante que o dela. No centro da praça, ao lado da fonte, estava a graciosa fênix da rainha, essa por sua vez, estava segurando uma coroa maior que suas duas mãos juntas, e pronunciava algumas palavras em homenagem á fênix.
- Parabéns minha princesa, pelos seus dois mil anos de vida – E colocou a coroa na cabeça do bicho, que respondeu com um gesto de carinho para com a rainha. Muitas pessoas a cercavam, e algumas até choravam de emoção.
- A rainha nuca teve filhos, então faz tudo pela sua fênix de estimação – Disse Gollvaethor, dirigindo-se á Alice – Às vezes tenho pena dela.
“Isso é por que ele não sabe da verdadeira história da rainha, pensou Alice”.
- Vamos pegar algumas bebidas naquela mesa ali, eu estou com sede – Disse ela, apontando para a mesa que ficava no canto esquerdo da praça.
- Vamos – Falou Gollvaethor, com um sorrisinho no rosto quando chegaram à mesa – Você vai adorar, é bebida feita pelos Góblins, pode causar alucinações bizarras, eu acho divertido. Quer provar?
- Por que não, não é?
    E pegaram dois copos, onde se concentrava um liquido prateado espesso.      Quando bebeu, Alice sentiu uma leve tontura, e quando percebeu, ela e Gollvaethor estavam dançando na frente de todas aquelas pessoas, e sua música favorita tocava, em seguida, Gollvaethor desapareceu, e deu lugar a um unicórnio, que lhe oferecia bolinhos e chá enquanto dançava. Depois disso, tudo ficou preto, e ela não viu mais nada.

  Ele se sentia tonto, e não se lembrava de nada que havia acontecido na noite passada. Seus olhos ainda estavam fechados, e ele percebeu que estava tocando em algo macio e redondo, e apenas quando abriu os olhos pôde saber do que se tratava, e afastou rapidamente as mãos, mas não antes que Alice acordasse e visse o que ele estava fazendo. Os dois se entreolharam, e tudo o que conseguiram fazer foi gritar de susto.
- Até que enfim vocês dois já acordaram, pensei que iriam ficar dormindo o dia inteiro – Falou Naeret, que tinha acabado de entrar no quarto.
- O que aconteceu com a gente ontem? – Perguntou Alice.
- Vocês tomaram bebida de Góblin de mais, e desmaiaram – Disse Naeret, que parecia estar se divertindo com a situação – Então, já que vocês ficavam tão fofinhos juntos, resolvi coloca-los aqui. E se vocês acordassem no meio da noite e...
- Não precisa falar! Nós já entendemos! – Os dois falaram ao mesmo tempo, formando um coro.
- Aliás – Falou Gollvaethor – Que horas são?
- Quase quatro da tarde – Afirmou Naeret, olhando para seu relógio de pulso.
- Gollvaethor! Você disse que me daria aulas de arco e flecha ao amanhecer! – Exclamou Alice.
- Então, é melhor irem logo, antes que anoiteça – Alertou Naeret.
- Naeret! – Exclamou Alice ao ver o que estava vestindo, enquanto levantava-se – O que significa isso?
     Ela estava vestindo shorts de pijama mais curtos que o normal, e uma camiseta com o desenho de um arco-íris, e no final dele um unicórnio. E estavam escritas as seguintes palavras: “Yeah! Rock elf!”.
- É o meu pijama – Disse ela – Você não podia dormir com aquela roupa. E até que ficou fofinho em você.
- O que significa “Yeah! Rock elf”? – Perguntou Alice.
- É a banda de rock do meu namorado – Falou Naeret.
- Alice, estou pronto! – Falou Gollvaethor, o que a fez se perguntar se os elfos utilizavam de magia até para se trocar. – Estarei esperando por você na sala de estar. – E retirou-se do local.
- Legal, elfos curtem rock – Falou Alice, enquanto vestia uma calça jeans e uma camiseta de Naeret, que se encaixavam perfeitamente nela.
   Quando terminou, se dirigiu até a sala de estar, onde encontrou Gollvaethor, que segurava dois arcos e uma aljava, que continha várias flechas. Depois de se despedirem de Naeret, que fez as devidas recomendações que uma irmã mais velha faria, seguiram para o tal lugar secreto de Gollvaethor.
- Já estamos chegando não é? – Perguntou Alice, estupefata – Nós já estamos andando á duas horas, e nada!
- Acho que eu já estou avistando a floresta – Alertou-a.
- Porque não podíamos vir com Tritanus? Seria muito mais rápido, e menos cansativo.
- Nem ele poderia saber onde fica, eu já disse, é secreto.
- Se ele não pode saber – Disse ela – Porque eu posso?
- Porque sinto que posso confiar em você.
- Acho que pode confiar mesmo – Disse ela – Pois você é a terceira pessoa que me fala isso.
- Chegamos – Falou Gollvaethor, ignorando sua afirmação.
    Estavam em meio a uma floresta que fez Alice coçar os dedos para pegar lápis e papel e desenhar o que estava presenciando. O lugar parecia demasiadamente sombrio, árvores secas se entrelaçavam umas nas outras, tornando o lugar completamente escuro, e sem qualquer luz natural, um lugar nada agradável para treinar.
- Você tem certeza que quer treinar nessa floresta dos horrores? – Perguntou-lhe Alice.
- Esse não é o lugar – Disse ele – Aqui é território Orc, de maneira alguma poderíamos treinar aqui.
- Então treinaremos aonde?
- Em uma dessas árvores há um portal – Disse ele – Que leva á um lugar que ninguém conhece, é lá que iremos treinar.
- Um mundo mágico dentro de um mundo mágico – Disse ela – Quem diria.


















                                 Capítulo 5 – O portal
  Gollvaethor estava a examinar cada uma das árvores, em busca da que tinha o portal. Ele dissera a Alice para que procurassem por uma árvore marcada pelo símbolo de proteção dos elfos, o mesmo que ela vira marcando as portas das casas, e as bandeiras do castelo. E assim ela fez, até que pudesse acha-la.
- Achei – Disse ela, apontando para uma árvore com a mesma aparência das outras, mas com a marca que procuravam, e a mesma também parecia não ter nada em seu interior.
  Então, Gollvaethor deu três soquinhos na árvore, mas não forte o suficiente para abrir um buraco, que foi o que realmente aconteceu, revelando o portal. Então eles entraram, e foi como uma queda sem fim, até finalmente chegarem ao lugar em questão.
- E é aqui – Disse ele – Que vamos treinar.
   O lugar era magnifico, uma floresta de cerejeiras, que contrastava com a tonalidade avermelhada do céu ao anoitecer. Ao longe, podiam-se ver montanhas cheias de neve no pico, e campos com flores.
- Realmente um país das maravilhas - Disse ela.
- Nesse caso, você é Alice no país das maravilhas! Há há!
- Estou surpresa de você saber pelo menos essa história do mundo humano.
- Quem disse que é do mundo humano? – Falou Gollvaethor – E quem disse que é só uma história?
- Como assim, não é só uma história? – Perguntou-lhe Alice.
- Claro que não – Disse ele – Há séculos atrás, uma garotinha chamada Alice veio parar no mundo sombrio, através de um portal que ela descobriu. Ela viveu várias aventuras aqui, mas como você sabe humanos que vêm ao mundo sombrio tem por obrigação ficar no mundo sombrio, mas Alice foi mas esperta, e contratou um feiticeiro para abrir um portal até o seu mundo, e assim ela fugiu.
- Mas o que aconteceu quando ela chegou lá? – Quis saber.
- Quando chegou, tentou contar pra todos as coisas maravilhosas que viu, e as aventuras mágicas que viveu aqui, mas infelizmente, foi tachada de louca, e quando tentou insistir, e reforçar sua teoria de que todas as lendas eram verdadeiras, sua mãe teve que coloca-la no sanatório – Disse ele – Posteriormente, Alice ficou muito doente, e antes que morresse, escreveu sua história, para que todos lessem, e se convencessem de que aquilo era real, o que infelizmente não aconteceu, e o livro ficou sendo apenas uma historinha infantil.
- Isso é realmente triste – Disse ela – Nunca pensei que essa história teria um outro lado.
- Todas têm – Disse ele, com olhar distante.
- Aliás, como ela conseguiu encontrar um portal?
- Existem portais por todas as partes do mundo – Falou Gollvaethor – Por exemplo, existe um portal no meio do Central Park, sabia?
- Que incrível – Falou Alice – Mas com tantos portais, porque poucos humanos conseguem vir ao mundo sombrio?
- Talvez por não olharem para o mundo como deveriam – Disse ele.
- Talvez sim, agora... Vamos treinar?
- Ah é! – Falou Gollvaethor, meio desajeitado – Vamos treinar.
    Então, o garoto entregou-lhe um arco e uma flecha, para testar o que ela já sabia, e tinha que confessar, ela não era tão má assim. Posteriormente, Gollvaethor, com auxilio de magia, fez um alvo em uma das árvores para que assim treinassem.
- Então, você coloca essa mão aqui – Disse ele, posicionando as mãos da garota sobre o arco – E com essa você segura a flecha.
- Agora é só mirar e... – Falou Alice, concentrando-se o máximo que pôde – Acertei!
- Muito bom, você aprende rápido – Disse ele – Agora, temos que ir, já está escurecendo, e além do mais Naeret teria um ataque se não voltássemos logo.
- Mas por onde nós vamos voltar? – Perguntou-lhe Alice.
- É bem simples – Falou Gollvaethor – Não posso abrir um portal de lá para cá, por que não sei exatamente onde estamos. Mas é muito simples abrir um portal de cá para lá.
- Então está bem – Disse ela.
   Então, ele começou a falar algumas palavras que Alice não compreendia, e foi esse o momento em que se abriu o portal. Alice foi a primeira a entrar, seguida por Gollvaethor, dessa vez, a queda foi tão natural quanto respirar. Quando chegaram, o garoto alertou-a de que deveriam se esconder, pois criaturas do mau se aproximavam. Orcs. Eles conseguiram escutas apenas algumas frases que aquelas criaturas disseram, antes que fossem em bora.
-... E então, Phantom já mencionou a data em que atacaremos os elfos?
-... Ainda não, tudo o que eu sei é que também haverá outras raças ao nosso lado. – E adentraram a floresta.
- E então, o que faremos? – Perguntou Alice.
- Temos que avisar á rainha – Falou Gollvaethor – Vou abrir um portal para que possamos chegar até lá mais rapidamente.
- Boa ideia – Disse ela – Só não sei por que não pensou nisso quando me fez andar por duas horas a pé.  
   Ele não respondeu, e começou a falar as mesmas palavras estranhas de antes, então, o portal se abriu, e eles adentraram-no. Quando se deu conta, Alice estava na praça central, tal como Gollvaethor, e eles caminhavam apressadamente em direção ao castelo de esmeraldas. Chegando lá, foram recepcionados por Yellenia, que lhes indicou o lugar onde estaria a rainha, e esta por sua vez, estava assentada em seu trono, e brincava com algo que parecia ser uma libélula prateada.
- Minha senhora – Falou Yellenia – Gollvaethor e Alice desejam falar com a vossa majestade, devo convidar-lhes a entrar?
- Chame-os – Disse a rainha – Estava mesmo um tédio isso aqui.
   Yellenia foi chama-los, e então eles adentraram o local, Gollvaethor foi quem deu a noticia á rainha.
- E então, o que vocês querem? – Perguntou-lhes a rainha.
- Nós viemos avisar-lhe de que brevemente seremos atacados por Phanthom – Disse ele.
- Onde vocês conseguiram essa informação?
- Confesso que estivemos em território Orc – Disse ele – E vimos alguns deles conversando sobre isso.
- Então não precisamos nos preocupar tanto – Disse ela – Se é apenas o clã de Phanthom.
- Não é tão fácil assim – Disse Alice – Parece que eles também contam com a parceria de várias outras raças, não só vampiros.
- Então é assim – Disse ela – Ele irá destruir todos que se oporem, até conseguir o que quer.
- E então, o que faremos? – Perguntou-lhe Gollvaethor.
- Já sei – Disse Alice – Podemos pedir ajuda de outras raças, não é possível que todas as raças tenham se rendido a ele, tem de haver alguma.
- E tem mesmo – Falou a rainha – Vampiros e lobisomens são inimigos de longa data, duvido tenham feito parceria.
- Isso mesmo – Disse Gollvaethor – Se vossa majestade assim desejar, eu posso mandar uma mensagem de fogo agora mesmo.
- Faça isso agora – Disse ela – E podem se retirar.
- Tudo bem – Disse Alice – Já estamos indo.
- Yellenia, acompanhe-os até a porta – Falou a rainha, que parecia perturbada por alguma coisa.
- Sim senhora – Disse ela, levando-os até a porta, e em seguida fechando-a.
- Rainha Meliamne – Disse ela – A senhora está bem?
- Estou sim Yellenia – Falou a rainha – Estou apenas pensando em algumas coisas.
- Senhora, aquela garota – Falou Yellenia – Sinto como se já á conhecesse, ela me lembra muito a...
- A minha filha – Disse ela, que parecia perdida em pensamentos.
- Isso mesmo, nós íamos visita-la sempre no mundo humano, lembro-me perfeitamente do seu rosto – Disse ela – Mas se ela fosse mesmo quem estamos pensando que é, lembraria-se de alguma coisa, afinal, não faz tanto tempo assim desde que perdemos o contato.
- Ou talvez não...
- Como assim talvez não?
- Na ultima vez em que a vimos, fiz um feitiço muito poderoso, para que ela não se lembrasse de, nada do mundo sombrio, e para que inibisse seus poderes, ou até mesmo o crescimento das orelhas – Falou a rainha – Se for mesmo ela, há um meio de reversão do feitiço.
- Isso faz mesmo muito sentido – Falou Yellenia – Certa feita, eu estava conversando com ela, e ela disse que não se lembra de nada antes de ser adotada, apenas as coisas que sua mãe adotiva lhe contou.
- Yellenia.
- Sim minha rainha.
- Preciso que faça uma coisa.
                                                 ...
- E então, como vocês mandam essa tal mensagem de fogo? – Perguntou-lhe Alice.
- Não posso ensinar a uma humana um feitiço élfico – Disse ele.
- Então vocês não usam corujas... – Disse ela – Prefiro o bom e velho SMS, rápido e prático.
   Então, Golvaethor pegou um pedaço de papel, e começou a redigir uma carta, em seguida, começou a falar palavras mais estranhas que as de antes, foi o momento em que a carta começou a brilhar em um fogo azul celeste, e desapareceu no ar.
 - Que legal! – Disse ela, encantada com o que acabara de presenciar – É tão chato ser humana.
- Ás vezes não – Disse ele – Você não precisa estar em guerra constante contra forças do mal, e nem se preocupar com a segurança de outras raças.
- Me diz uma coisa, vocês matam demônios?
- Não – Falou Gollvaethor – Isso é trabalho dos Nephilim, eles são metade anjos, metade humanos. Nosso trabalho é controlar a paz entre todas as raças do mundo sombrio, e evitar o contato deles com o mundo humano, o que nem sempre dá muito certo.
- Então quer dizer que...
- Exato. Essa não é a primeira vez em que membros do mundo sombrio tentam dominar o mundo humano, isso já vem acontecendo há séculos.
- E então se nunca deu certo – Disse ela – Por que eles não desistem?
- Disso eu já não sei – Disse ele – Só sei que se isso acontecer, tanto o nosso mundo, quanto o mundo humano, se transformará em um caos.
- Isso é terrível! – Disse ela.
- É sim, mas enquanto não entramos em guerra, que tal irmos jantar?
- Seria uma boa – Falou Alice – Mas, vocês não comem comidas esquisitas tipo gafanhotos, olhos...?
- Claro que não – Disse ele, em meio a uma risada – Naeret está fazendo biscoitos, é melhor irmos logo.
- Tudo bem então.
      Quando chegaram a casa, Naeret estava no fogão preparando os biscoitos, e uma figura élfica estava sentada á mesa, observando-a. Ele tinha cabelos louros dourado, que chegavam até os ombros, e seus olhos eram cor de mel. Assim que Naeret os viu entrando, tirou o avental Pink Up que estava usando e foi cumprimenta-los.
- Chegaram bem na hora – Disse ela – Os biscoitos já estão prontos!
- Quem é esse? – Perguntou Alice, apontando para o elfo sentado á mesa.
- A sim, quase ia esquecendo-me, você ainda não o conhece – Falou Naeret – Esse é Griss, o meu namorado.
- Amor, essa é Alice – Falou á Griss – Ela é humana, está passando alguns dias por aqui.
- Muito prazer Alice! – Disse ele – Mas eu pensei que humanos não podiam visitar o mundo sombrio.
- E não podem – Dessa vez Gollvaethor foi quem falou – Ela estava sendo atacada por vampiros, e nós conseguimos salva-la, e como humanos que conhecem o mundo sombrio não podem mais retornar, ela está aqui até agora aguardando julgamento.
- Pessoal! – Falou Naeret, batendo na mesa, e chamando a atenção de todos – Os biscoitos vão esfriar.
   E então todos se serviram, e Alice tinha que admitir, os biscoitos estavam ótimos.
- Do que são feitos? – Perguntou ela.
- O que?
- Os biscoitos – Falou Alice – Do que são feitos?
- Morangos de Venore, os melhores da região – Disse ela – E gotas de chocolate!
- Estão mesmo ótimos amorzinho - Disse Griss.
- Você acha Grissinho?
- Vai começar... – Falou Gollvaethor, para Alice – É melhor sairmos daqui.
- Boa ideia – Falou Alice desviando o olhar dos dois, que já tinham começado a se beijar – E além do mais, tenho que voltar ao castelo, prometi á rainha Meliamne que ficaria lá.
- Tudo bem – Disse ele – Eu te acompanho até lá.










                   Capítulo 6 – A viajem.
  Chegando lá, Alice despediu-se de Gollvaethor, e então, adentrou o castelo. Tudo oque queria era uma boa noite de sono, pois já começara a sentir o peso causado por um dia inteiro de treino, mas infelizmente isso não pôde ser realizado com a urgência que ela desejava.
- Alice! – Chamou-lhe Yellenia – A rainha deseja falar com você o mais rápido possível.
- Tudo bem – Disse ela – Estou indo.
   E então, dirigiram-se aos aposentos da rainha, e desta vez, ela estava usando óculos, sem lentes, apenas para parecer inteligente, como Alice pôde perceber, e analisando alguns papeis, ela parecia preocupada com alguma coisa.
- Vossa majestade... – Falou Yellenia.
- Ah sim, vocês estão ai – Disse ela, percebendo a presença das duas – Yellenia, tudo bem, seu trabalho acaba por aqui, desejo falar a sós com Alice.
- Como quiser vossa majestade – E retirou-se do local.
- E então, porque mandou me chamar assim tão urgentemente? – Perguntou-lhe Alice.
- Como você bem sabe – Começou – estamos a ponto de uma guerra contra “Deus sabe quantas” raças, então precisamos da maior ajuda possível que conseguirmos.
- Sim, disso eu já sei – Disse ela – Só não sei o que exatamente eu tenho a ver com isso, e além do mais, por que de tanta demora em finalizar o meu caso?
- Alice, você não entende? –Disse ela - Não é apenas uma questão entre membros do mundo sombrio, você sabe muito bem que seu mundo é o objetivo principal dessa guerra.
- Tudo bem – Concordou Alice – O que exatamente eu tenho que fazer?
- É bem simples – Falou a rainha – Você precisa apenas fazer uma... Visita a Peter Edwin, ele é um mago, e tenho em mente que essa raça pode ser uma das nossas melhores aliadas na guerra. Se quiser pode levar Gollvaethor, já que vocês dois andam tão próximos...
- Mas... Eu ainda não entendo – Falou Alice – Por que eu? Eu nem sou uma de vocês, eu sou só uma humana normal e sem graça. Eu não tenho nenhum poder mágico, eu não sei lutar... Eu nem sequer sei exatamente quem eu sou.
- Alice – Disse ela, colocando uma de suas mãos sobre o ombro da garota – Eu estou certa de que a partir de agora tudo irá se esclarecer, tanto pra mim quanto pra você.
- Tudo bem – Disse um pouco confusa – Se você não se incomodar, acho que vou dormir, tive um dia bem cansativo hoje.
- Acorde bem cedo amanhã – Falou a rainha – É um longo caminho até lá.
     Ela não respondeu, foi direto para o quarto, tomou um banho, e despencou na cama. Na manhã seguinte, foi acordada por olhos dourados, que olhavam fixamente para ela.
- Go... Go... Gollvaethor? – Assustou-se, ao vê-lo tão perto de si, e afastando-o– O que você está fazendo aqui?
- Bom dia docinho! – Disse ele – Você não acordava, então resolvi esperar aqui.
- Quem disse que já pode ir me chamando de docinho?
- Desculpa, só estava tentando ser gentil – Disse ele – Então, é melhor você se trocar logo, Naeret, Griss, Kaléc, Octavius e Meliorn estão esperando lá fora.
- Ei! – Exclamou – Quem disse que podia chamar todas essas pessoas! A rainha chamou apenas eu e você.
- Entendi... Você quer que seja apenas você e eu – Falou Gollvaethor, pensativo- Tudo bem, vou dizer pra eles que podem ir pra casa.
- Não! – Falou Alice – Eles podem ir sim.
- Você é confusa ás vezes – Disse ele – Gosto disso.
- Tudo bem – Disse ela, espreguiçando-se – Agora saia daqui para que eu possa me trocar.
       Então se vestiu rapidamente, e desceu as escadas em direção á parte exterior do castelo, onde todos estavam á sua espera.
- Alice! – Falou Kaléc – Bom ver você...
     Ela não queria falar com ele, pois ainda não havia se esquecido do que se passara na festa, e decidiu que não iria deixar por isso mesmo, iria ignorá-lo até não poder mais, foi isso que fez.
- Que bom que vamos ver Peter! – Tagarelava Octavius – Faz muito tempo desde a ultima vez que o vi.
- Vou aproveitar pra recarregar meu suprimento de ervas! – Acompanhava Meliorn.
- Estão levando armas? – Perguntou Griss – O caminho até lá é longo, podemos encontrar algumas adversidades.
- Sim Griss, estamos preparados para qualquer tipo de situação – Falou Gollvaethor, impaciente – É melhor irmos logo pessoal, ou não chegaremos lá.
- Mas por que é tão longe? – Quis saber Alice – Onde fica?
- Ali – Falou Naeret, apontando para uma das ilhas flutuantes ao longe.
- Agora chega de papo – Falou Kaléc – E vamos logo.
    Então partiram, em direção á ilha flutuante, o que Alice não sabia, era que chegar lá não iria ser tão fácil quanto ela pensava. Já era em torno de meio dia, e Alice já sentia seu estômago se revirar de tanta fome, eles estavam em um vale, com grama tão verde que se equiparava aos cabelos dos gêmeos Octávius e Meliorn.
- Pessoal! – Falou Alice – Não sei vocês, mas eu estou morrendo de fome!
- Vamos fazer um piquenique – Falou Naeret – Eu fiz várias coisas para comermos.
- Amorzinho, eu adoro sua comida – Disse Griss – Mas devíamos continuar andando.
- Griss, elas estão com fome – Falou Gollvaethor – Devemos parar e fazer um piquenique.
- Tudo bem, chefe – Resmungou.
   Naeret colocou as cestas de comida no chão, e então, todos se sentaram em meio á grama para que pudessem comer. A refeição foi verdadeiramente muito agradável, Pensou Alice, e parecia até comum a ela que já havia comido pizza no almoço diversas vezes em seu mundo. Kaléc ofereceu a ela uma caixinha de suco de maçã, e ela, obviamente, ignorou-o, fazendo de conta que nem havia escutado.
- Gollvaethor, pode pegar um pouco de suco de maçã pra mim? – Perguntou-lhe Alice.
- Claro que sim! – Disse ele, pegando a caixinha de suco.
- Alice – Falou Naeret – Você e Kaléc estão um pouco esquisitos um com o outro ultimamente, aconteceu alguma coisa entre vocês dois?
- É mesmo – Falou Meliorn – Você está meio que o evitando ultimamente.
- Não gente, vocês não estão entendendo – Falou Alice, tentando inventar alguma desculpa para a situação – O que aconteceu é que a gente... É...
- Eu a beijei, e Gollvaethor acabou vendo, foi isso que aconteceu – Disse-lhes Kaléc, na maior cara dura.
- Á M-E-U D-E-U-S! – Exclamou Naeret, com o rosto entre as mãos.
- Pronto – Disse Griss – Agora ela vai espalhar para Venore inteira!
- Por favor, Naeret, não faça isso – Falou Alice – Ele já teve o que merece.
- E como – Disse ele – Ainda consigo sentir sua mão no meu rosto.
- Que romântico! – Disse Naeret.
- Amor, acho que ele não quis dizer bem isso... – Disse Griss
- Foi um tapa daqueles! – Exclamou Kaléc.
- Agora eu entendi – Falou Octávius – Kaléc beijou Alice, mas Gollvaethor viu os dois, e como ele gosta dela, saiu imediatamente do lugar, e ela, quando percebeu o que havia acontecido, ficou com tanta raiva de Kaléc, que chegou a batê-lo no rosto. Acho que foi isso que aconteceu.
- Você fala pouco Octávius – Disse Gollvaethor, com as bochechas rubras – Mas quando fala, provoca o maior estrago possível, não é?
- Bem que ele está falando a verdade, Gollvaethor – Falou Naeret, com cara de quem estava se divertindo com a situação – Está rolando um clima entre vocês dois, eu venho percebendo isso á muito tempo.
- Tipo... Nada a ver! – Exclamou Alice – Somos apenas amigos, e além do mais, relações entre elfos e humanos são terminantemente proibidas, então...
 - Então... – Interrompeu-a Naeret – Você está profundamente apaixonada pelo meu irmãozinho – Apertou as bochechas do garoto – E não admite apenas por causa dos diversos problemas que você encontraria se fizesse isso.
 - Vamos pessoal? – Falou Gollvaethor, que já havia começado a irritar-se com tudo aquilo – Chega de papo, e vamos continuar a andar, a menos que queiram chegar lá ano que vem.
   Todos concordaram, então, recolheram as coisas, e continuaram a andar. Por todo o caminho que percorriam, Alice pôde observar todas as maravilhas do mundo sombrio, foi então que percebeu que ele não era tão sombrio assim, havia criaturas muito além da sua imaginação naquele lugar, havia lugares muito além da sua imaginação. Ela percebeu também, que não sentia mais falta de seu mundo como sentia antes, e pela primeira vez sentiu como se realmente pertencesse a um lugar, um lugar que nem ela mesma conseguia descrever, com pessoas que ela não conseguia descrever, e que eram muito diferentes do que ela era, do que ela conhecia. Era tudo tão familiar a ela, que até chegou a se perguntar se já havia estado naquele lugar antes, mas não pôde obter resposta, pois seus pensamentos foram interrompidos por um grupo de pequenos homenzinhos robustos que carregavam machados e lanças, e esbravejavam para que se identificassem, pois estavam invadindo seus territórios.
- Oque fazem aqui?- Falou o que tinha barba e cabelos ruivos.
- Falem logo ou arrancaremos suas cabeças fora! – Disse outro.
- Anões... – Falou Gollvaethor – Sempre tão estressadinhos!
 - Estamos esperando uma resposta! – Falou o ruivo.
- Acalmem-se senhores – Pronunciou-se Kaléc – Estamos apenas de passagem, pois estamos nos dirigindo até a residência do excelentíssimo senhor Peter Edwin, o mago, para que ele possa nos ceder alguma ajuda, para a guerra que os senhores certamente estão cientes que travaremos em breve. Mas como os senhores também puderam notar o sol já está se pondo, e nós obviamente procuramos um local para que possamos recostar nossas cabeças, e pensamos que sua vila seria um ótimo local para fazê-lo. – Foi então que Alice percebeu que estavam diante de uma pequena vila, com pequenas casinhas de madeira.
- Belas palavras – Falou Gollvaethor, dirigindo-se a Alice – O que achou?
- Muito repetitivo.
- É verdade, também acho.
- Parem de cochichar! – Esbravejou um dos anões, esse tinha cabelos negros, e a barba se dividia em duas tranças – Bom, se for só por uma noite... – Agora seu tom de voz era surpreendentemente calmo – Acho que podem ficar sim.
- Ori! – Esbravejou o ruivo – Não pode estar falando sério? Vai mesmo deixar esses elfos ficarem aqui – Alice percebeu que eles ainda não haviam notado sua presença, e se escondeu entre outros para que isso não pudesse acontecer.
- Sim, eles vão ficar – Afirmou o anão da barba trançada, que agora tinha nome – E além do mais, nós também precisamos de aliados.
- Epa! Como assim? – Exclamou Gollvaethor, que só agora parecia estar prestando atenção na conversa.
- Eles também declararam guerra contra nós – Disse ele – Se fossem só os vampiros, tudo bem, até que não seria um grande problema, mas parece que ele contará com a ajuda de Orcs, Elfos Negros, Trolls, e alguns gigantes do norte também.
- Parece que por enquanto estamos em desvantagem – Comentou Griss.
- Totalmente – Falou Meliorn.
- Então, se vocês quiserem podemos entrar e conversar mais sobre isso – Falou o anão – O que acham?
- Por mim tudo bem – Falou Kaléc, esperando a aprovação dos outros, o que aconteceu logo em seguida – Vamos entrar.
    E então foram até uma das casinhas de madeira, essa em particular, era maior um pouco que as outras. Dentro da casa, havia uma enorme mesa de mogno, e várias cabeças de alce e de outros animais penduradas nas paredes. Uma mulher, que Ori apresentou-lhes como sua esposa recepcionou-os ao entrarem, e perguntou se queriam alguma coisa, eles responderam que não, exceto Kaléc, que pediu um pouco de água. E só então, começaram a conversar e a programar estratégias de batalha, já que todos haviam concordado na aliança, e Griss havia mandado uma mensagem de fogo para a rainha, a mesma, respondeu após alguns instantes. Alice por sua vez, aceitou o pedido de Marta, a mulher de Ori, e foi até a cozinha tomar chá e conversar com ela, enquanto a mesma preparada biscoito (Mais uma coisa que Alice pôde perceber: As criaturas do mundo sombrio adoravam biscoitos!).
- E então, como veio parar aqui? Quer dizer... É terminantemente proibido humanos no mundo sombrio, o que aconteceu? Achou algum portal por ai?
-Caso de sequestro por vampiros... - Disse ela.
-Entendo. você me lembra da pequena Alice, ela esteve aqui há muito tempo atrás, mas infelizmente, fiquei sabendo o triste fim que teve em seu mundo.
- Minha xará – Falou Alice – Sabe, fico feliz por tudo isso existir mesmo, às vezes eu até chego a pensar que o Phantom tem razão, por que, sinceramente, eu não sei o porquê de esconder todo esse mundo maravilhoso dos humanos.
- Neste mundo há coisas mais sombrias do que sua imaginação humana pode alcançar.
- Já fui informada.
   A conversa durou apenas isso, e Alice ficou á observar Marta fazendo os biscoitos, e depois que ficaram prontos, teve que admitir, aqueles biscoitos iam contra tudo que ela já havia experimentado. O sabor insano de gotas de chocolate e castanhas deixava Naeret envergonhada por seus simples biscoitos de chocolate e morango, um sabor tão comum quanto os próprios biscoitos, mas aqueles certamente tinham um toque especial.
     Já passavam das duas da manhã quando finalmente foram dormir. Naeret e Alice em um dos quartos, que por sinal era bastante espaçoso, e Griss, Gollvaethor, Kaléc, Octávius, e Meliorn amontoados em outro, que mais parecia um cubículo.
   Na manhã seguinte, acordaram antes que Marta pudesse servir o café da manhã, e depois que o fizeram, bateram em retirada, pois ainda havia muito caminho a percorrer até chegarem ao seu destino.






Capitulo 7- A cidade dos magos
   Já passavam das duas da tarde, quando puderam avistar a cidade dos magos, onde Peter Edwin morava. Alice mal podia acreditar que finalmente haviam chegado, depois de quase dois dias inteiros viajando a pé (o que ela sinceramente nunca havia pensado na possibilidade de acontecer em seu mundo) ela já se questionava se iriam mesmo chegar, ou se realmente sabiam onde estavam indo. Quando adentraram a cidade, Alice pôde perceber que esta não diferenciava em muita coisa de Venore, a única coisa que ela pôde notar, é que aquele lugar em si, e as pessoas que lá habitavam, pareciam... Digamos... Mais humanas, se ela não soubesse que eram magos, certamente os associaria aos humanos. A única coisa que eles diferenciavam dos humanos que ela conhecia, eram os olhos, não olhos profundos e sombrios como os dos elfos, mas olhos cheios de vida e cor. 
   O primeiro lugar em que foram foi um estabelecimento com uma placa de neon (o que Alice também achou uma coisa improvável para um lugar como aquele) que dizia: “ Empório das Armas. Espadas, varinhas, e o melhor em material para feitiços”.
- Oque exatamente vamos fazer aqui? – Quis saber Alice – Não sabia que Peter tinha uma loja.
- E ele não tem – Disse Kaléc – Estamos aqui para saber onde podemos encontra-lo.
- Que ótimo – Disse ela – Em uma cidade desconhecida, com pessoas desconhecidas, procurando por outra pessoa desconhecida, e ainda mais de endereço desconhecido, uma ótima situação a que me encontro.
      Quando entraram na loja, foram recepcionados por um homem robusto, com menos de um metro e sessenta de altura, e de aparência rija. Perguntou o que eles queriam, e Gollvaethor disse-lhe que estavam a procura de Peter Edwin, o mago chefe da região.
- Peter? Não o vejo á dias. Além do mais, ele nem compareceu na reunião semanal de magos, como nosso líder não poderia deixar de fazê-lo – Disse ele, com ar de preocupação – Mas, uma ajuda sempre é bem vinda.
    Então, começou a mexer em alguns papeis, e quando achou o que procurava, fez o favor de entrega-lo a Gollvaethor, e dizer:
- Está aqui, este é o endereço do Peter. E se o encontrarem, digam a ele que todos nós estamos bastante preocupados.
   Gollvaethor assentiu, e dirigiu-se até a porta, fazendo sinal para que os outros o acompanhassem. Andaram, andaram, e andaram, e quando finalmente acharam a casa do mago, deram três batidas na porta, mas nada se pôde ouvir em troca, e então bateram novamente, e mais uma vez, nada.
- Tudo bem pessoal, ele deve estar viajando, ou dormindo, ou talvez foi ao supermercado – Disse Griss – Deveríamos voltar outro dia.
- Nanananão! - Disse Alice, com a mesma expressão que a rainha Meliamne faria – Vocês não me fizeram caminhar até aqui pra nada, então nem que tenhamos que invadir a casa, mas nós vamos entrar.
- Tudo bem, vamos pular – Disse Gollvaethor, notando que o muro não era tão alto assim.
- Eu não vou pular! - Exclamou Naeret.
- Vai sim – Falou Gollvaethor – Ou terei que lança-la até o outro lado, e garanto que a aterrissagem não seria nem um pouco confortável.
     Então pularam o muro, e Alice notou que Gollvaethor estava certo, o muro não era tão alto assim, ela mesma pôde saltar sem que os outros a ajudassem. Mas ao adentrarem a casa, o que puderam ver, não foi nada receptivo, o mau cheiro que emanava do lugar foi complementado pelas paredes manchadas do que parecia ser sangue. Vasculharam por toda a casa, e no quarto do mago, o encontraram, um corpo sem vida, já em estado final de decomposição, e o pior, com a cabeça decepada, que pendia do corpo como um boneco que outrora pertencera a uma criança malvada, e devido aos maus cuidados veio a separar-se do corpo.
  Alice ficou horrorizada com aquilo, e percebeu que todos ali pareciam compartilhar da mesma expressão de pavor. Então ficaram ali, imóveis, observando o corpo que já havia passado de seu ultimo suspiro de vida, e já estava desaparecendo com o tempo, mas não como os corpos humanos em decomposição que já havia presenciado nos vários filmes de terror que gostava de assistir, mas era como se fosse se dispersando como névoa, como se houvesse existido ali algum tipo de feitiço muito poderoso, o que de fato havia. Gollvaethor lhe explicou que ele poderia ter sido morto há pouco tempo, mas que existiam magos, que eram conhecedores das sete magias proibidas, uma delas, era a que supostamente havia ocorrido ali.
- Pelo cheiro repulsivo de fumaça e podridão – disse ele – certamente deve ter ocorrido algum ritual demoníaco aqui.
- O corpo está envolto em bruma do desaparecimento – Explicou Naeret – Por isso mesmo que ele tenha sido morto há pouco tempo, o feitiço faz com que desapareça rapidamente, e sem deixar qualquer tipo de vestígio.
- Mas eu não consigo entender – Disse Alice – Ele é o mago superior, o líder dos magos, ou seja lá como se chama, mesmo que eles tenham sentido a falta dele, por que deixaram por isso mesmo e não verificaram o lugar mais óbvio que ele poderia estar que é a sua casa?
- Os magos têm várias regras Alice – Disse Kaléc – Uma delas, é que nenhum mago pode entrar na casa de outro da mesma raça sem ser convidado. Cada mago tem seus segredos e particularidades, isso é natural pra eles.
- O que eu não entendo mesmo é quem poderia ter feito algo assim – Falou Octávius, com olhar distante, certamente lembrando-se do amigo.
- Peter é o líder aqui - Tentou explicar Gollvaethor, antes que as lágrimas de Octávius começassem a cair – Muitos o admiram e respeitam, mas também há muitos que o invejam por seu poder e certamente por sua superioridade no conselho de magos.
- Isso me faz lembrar... – Falou Naeret – Teremos que reportar ao conselho de magos.
- Nossa parceria já era – Disse Griss
- Nisso você está completamente errado – Falou Gollvaethor – A morte de Peter não encobre o fato de que eles precisam da nossa ajuda, e principalmente agora que perderam um de seus magos mais experientes.  Certamente firmarão uma parceria.
    E então, decidiram que deveriam ir imediatamente até o conselho e reportar o que estava acontecendo, para isso, usaram magia de teleporte, a fim de chegarem mais rápido ao local desejado. Chegando ao local onde o conselho ocasionalmente se reunia, foram informados por uma senhora aparentemente de idade e que vestia uma capa preta de cetim de que a próxima sessão ocorreria dentro de trinta minutos, e se quisessem poderiam adentrar a sala.
   Adentrando o local, não puderam deixar de notar os olhares pretenciosos que se lançavam sobre eles, como se repudiassem sua mera presença, Alice não podia entender oque provocava essa reação nos mesmos, pois como o próprio Gollvaethor lhe havia explicado, os magos eram seus maiores aliados em mais de trinta anos, mas mesmo assim, sentou-se acompanhada de seus recém-descobertos amigos elfos em uma fileira de cadeiras que se encontrava em uma parte isolada da sala, Griss explicou que era o local dedicado a não magos. Depois de um tempo de espera, foi anunciado que a reunião finalmente se iniciaria, e a mesma senhora simpática de antes entrou na sala, exalando superioridade, e se dirigiu a um púpito, onde todos podiam vê-la e escuta-la perfeitamente, e finalmente se pronunciou:
- Olá meus caros magos e... – Olhou para os elfos – e visitantes. Gostaria de iniciar a reunião de hoje fazendo o juramento dos magos – e começou, um longo e cansativo discurso sobre a missão que os magos tem na terra, o poder que foi dado a eles, que na opinião de Alice eram desnecessária, afinal, se tinham nascido magos já sabiam de tudo aquilo – Muito bem – se pronunciou novamente – Agora, gostaria de ouvir o que nossos visitantes tem a dizer, e qual o motivo pelo qual estão aqui. Gostaria de vir até aqui? – Perguntou para Gollvaethor, o mesmo, levantou-se, e foi até onde a senhora estava.
- Então, primeiramente, minhas saudações a todos os presentes, gostaria de avisar-lhes, que o assunto do qual viemos falar, é algo que os deixará em choque, então é melhor se prepararem para ouvir.
- Tudo bem, seja objetivo – falou a senhora.
- Ok, vou começar – e então começou a falar tudo que havia ocorrido, oque ouviram os Orcs falando, a aliança que queriam para que vencessem a batalha, e finalmente, a morte de Peter – Não sei como isso pode ter ocorrido, mas sei que Peter é uma pessoa bastante influente entre os seus, o que pode ter gerado inveja ou descontentamento em alguns.
- E como vamos saber se não foram vocês elfos que forjaram a morte de Peter apenas para que cooperemos em suas próprias batalhas? – Questionou um homem de cabelos azuis e olhos como os de um gato, tinha uma cicatriz que se estendia por todo o lado esquerdo do rosto.
- E que beneficio poderíamos ter em sua morte? Já que Peter costumava ser seu líder, precisaríamos mais do que nunca de sua ajuda – Falou Gollvaethor – Além do mais, o que farão sem seu líder? Certamente terão que se aliar a Phantom ou seu reino já era, e você sabe muito bem quais as intenções dele.
- Talvez se aliar a Phantom seja a melhor idéia – Disse o homem.
- Amnom! – Exclamou a velha senhora – Nunca, jamais, se juntaríamos ao Phantom, deve entender que isso não é uma simples batalha entre reinos, e sim o bem contra o mal.
- Então, posso contar com a sua ajuda? – Perguntou Gollvaethor.
- Creio que sim garoto de orelhas pontudas, esperaremos o seu contato, e assim que pudermos juntaremos as tropas para a batalha! Todos de acordo?
- Sim! – Fez-se um coro que ecoou por toda a sala, só não se pôde ouvir nada saindo da boca de Amnom.
Capitulo 8 – O que eu realmente sou?



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